"Jornalismo, independentemente de qualquer definição acadêmica, é uma fascinante batalha pela conquista das mentes e corações de seus alvos: leitores, telespectadores ou ouvintes. Uma batalha geralmente sutil e que usa uma arma de aparência extremamente inofensiva: a palavra" (Clóvis Rossi)

terça-feira, 20 de março de 2012

Voltando ao Rossi

“Como afirma Rossi (2007), a imparcialidade é praticamente impossível no universo do jornalismo, uma vez que há sempre um mediador entre o fato e a notícia. Na cobertura dos períodos eleitorais é possível identificar diversas notícias tendenciosas que favorecem determinado candidato em função de outro. Na eleição para Governador do Estado do Rio Grande do Norte, em 2010, não foi diferente.
Nesse sentido, foi realizada uma análise qualitativa das matérias trabalhadas nessa pesquisa, através das valências (positivas, negativas e neutras) a elas atribuídas, com o objetivo de avaliar se O Jornal de Hoje abordou o período eleitoral de uma forma tendenciosa para algum dos candidatos ao cargo.”
Para concluir o objetivo principal de nossa pesquisa – identificar uma possível tendência ao favorecimento de determinado candidato – foi realizada uma análise das valências atribuídas a cada texto. Esse método, aliado ao enquadramento, nos forneceu alguns dados interessantes que nos fazem pensar cada vez mais nas ideias propostas por Clóvis Rossi e no poder do jornalismo diante da política e seu impacto nesta.
 “Para isso, classificamos as valências de acordo com seus possíveis efeitos nas candidaturas, procurando definir se ela favorece ou não tais políticos, por meio da análise dos enquadramentos utilizados em cada notícia e partindo também dos critérios de ênfase e exclusão, característicos do enquadramento.
Dessa forma, foram utilizadas as definições de valência propostas pelo Laboratório de Pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública (Doxa), que investiga os processos eleitorais e suas respectivas conseqüências na formação da opinião pública. Segundo o Doxa,

‘Tem valência positiva matérias sobre ou com o candidato que reproduzem: programa de governo, promessas, declarações do candidato ou de autor de matéria ou de terceiros (pessoas ou entidades) favoráveis (contendo avaliação de ordem moral, política ou pessoal) ao candidato; reprodução de ataques do candidato e concorrentes; resultados de pesquisas ou comentários favoráveis. Têm valência negativa matérias que reproduzem: ressalvas, críticas ou ataques (contendo avaliação de ordem moral, política ou pessoal) do autor da matéria, de candidatos concorrentes ou de terceiros a algum candidato; resultados de pesquisas ou comentários desfavoráveis. São consideradas neutras as matérias sobre a agenda do candidato, matéria sobre ou citações de candidato sem avaliação moral, política ou pessoal do candidato, do autor da matéria ou de terceiros, inclusive de concorrentes.” (ALDÉ et. al., 2007: 71-72 apud ARMONY, p 13).’”

Outros tipos de enquadramento, por Porto (2002)

“Enquadramento do jogo: noticia a política em termos estratégicos e ressalta as intenções e ações dos diversos “ jogadores”;

Enquadramento estratégico: chama a atenção do público para o cinismo e as manipulações dos políticos, ativando a desconfiança do público;-

Enquadramento de interesse humano: focaliza indivíduos e personaliza a cobertura damídia destacando o lado emocional;-

Enquadramento dramático: ressalta elementos de violência, perigo e conflito;-

Enquadramento moral : inclui a crítica moral, reclama racionalidade e responsabilidade;-

Enquadramento oficialista: julga e indica causas dos fatos com base nas evidências;”(VIEIRA JUNIOR, 2009, p. 33)


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
VIEIRA JUNIOR, Ailton Fernandes.Jornalismo, enquadramento e ideologia: A renúncia de Fidel Castro nas revistas Carta Capital e Veja. 2009. 89 f. Monografia (Graduação) - Curso de Comunicação Social, Universidade Federal Do Sudoeste Da Bahia, Vitória da Conquista, 2009. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/54284419/7/Tipos-de-enquadramentos>. Acesso em: 21 nov. 2011.

Um pouco mais de informação sobre enquadramentos

Enquadramentos parecem mais fáceis quando apenas lemos sobre eles. No entanto, identifica-los em textos pode ser uma tarefa bastante confusa. Por esse motivo, informações que possam aprimorar nossos conhecimentos e eliminar as dúvidas é sempre importante. Por isso, esperamos que os links e textos que indicamos neste blog sirvam como uma espécie de banco de dados sobre o assunto. Banco de dados que pode crescer com a colaboração dos leitores e jornalistas que se interessam pelos estudos de enquadramento.
Saiba mais:


Enquadramento Episódico, Enquadramento Interpretativo e a difícil tarefa de diferenciá-los.

Apesar de apresentarem características bastante distintas, nem sempre é fácil diferenciar o enquadramento episódico do interpretativo. Isso porque o texto pode dar voz a um ator social, mas não se qualificado como interpretativo, uma vez que por diversas vezes o ator não faz análises, apenas relata fatos, sendo portanto, episódico.
 “reportagens que poderiam muitas vezes ser enquadradas inicialmente como interpretativas, no entanto, apresentaram ao leitor notícias que se ocuparam unicamente em relatar crenças, discursos ou atitudes de atores em relação a determinados eventos, sendo, por isso, qualificadas como episódicas. Por exemplo, as matérias que abordavam a polêmica das declarações do ex-vereador e candidato ao Senado, Hugo Manso (PT), a Garibaldi Alves Filho (PMDB). Em suas declarações, o ex-vereador criticou Garibaldi por apoiar o então Presidente Lula e sua sucessora Dilma Rousseff e ao mesmo tempo ficar do lado de José Agripino Maia e Rosalba Ciarlini, ambos candidatos do partido Democrata. Por isso, Hugo ainda chamou o peemedebista de “cara de pau e oportunista” e de “analfabeto político” pela discrepância entre os partidos que apóia. Nesse tipo de cobertura, como afirma Porto (2002, p. 9), o enquadramento utilizado “faz com que as pessoas atribuam a responsabilidade pelos problemas políticos e sociais a indivíduos, em lugar da consideração de forças ou fatores sociais mais amplos”.
No texto acima, nota-se a predominância da descrição, do relato dos fatos tal como eles aconteceram. Iberê, apesar de ser um ator social ao qual foi dado voz, traz em suas afirmações apenas opiniões pessoais. Sendo essas falas apenas recortes no texto, que não o constroem de fato. De fato, as falas de Iberê são simplesmente transcritas. Quando o enquadramento for considerado interpretativo, as falas do ator serão o texto.
A matéria que trazia a posição do deputado estadual Getúlio Rego (Getúlio: “Hugo demonstrou falta de equilíbrio e bom senso” – 28 e 29 de agosto), por exemplo, se ocupou inteiramente de mostrar a opinião pessoal do deputado, deixando de lado aspectos mais amplos e fundamentados que poderiam caracterizar um enquadramento interpretativo. “Hugo foi de uma grosseria incompatível com alguém que deseja representar o Estado no Senado Federal [...] Demonstrou falta de equilíbrio e de bom senso”.
Os argumentos utilizados pelos atores sociais nesse tipo de enquadramento, se fundamentam principalmente no “achismo”, em questões e visões pessoais, muito frequentemente representadas por adjetivações e argumentos fracos e sem contexto. Como mostra Bujokas (2009), “toda sorte de conflitos, intrigas e segundas intenções ocultadas pelos políticos são supostamente reveladas pelo jornalista” na escolha dos atores sociais aos quais é concedido espaço”






Enquadramento Interpretativo

   “De acordo com Porto (2002, p.13), essa forma de enquadramento refere-se a padrões de interpretação que promovem uma avaliação subjetiva e particular de temas e/ou eventos políticos”
Nesse caso, a avaliação é particular e subjetiva, mas não significa que as interpretações feitas pelos atores sociais, aos quais são dado voz na matéria, são fundamentadas em um simples “achismo”, uma previsão sem fundamentos ou uma opinião desprovida de contexto, de análise dos acontecimentos.
Ainda segundo Porto (2002, p.13), as interpretações realizadas incluem “definições de problemas, avaliações sobre causas e responsabilidades, recomendações de tratamento, etc.” Nesse tipo de enquadramento, diferentemente do episódico, as interpretações são ambientadas em um contexto mais amplo.
A matéria abaixo é um exemplo de enquadramento interpretativo:
Sávio Hackradt: “Lula cometeu um erro estratégico na disputa do RN”

Nessa matéria o candidato ao Senado Federal, Sávio Hackradt, não se ocupa apenas em expor sua opinião. Ele a fundamenta, a coloca em um contexto mais amplo, citando dados, números e possibilidades.


Enquadramento episódico

O enquadramento, nesse caso é ‘orientado por eventos que geram reações individualistas na audiência, em lugar da consideração de argumentos orientados a fatores sociais ou estruturais mais amplos’” (PORTO, 2001, p. 3)
Nesse tipo de enquadramento, as matérias se limitam basicamente a relatar elementos isolados. No trabalho que realizamos sobre a cobertura do Jornal de Hoje na campanha para Governador do Estado do Rio Grande do Norte em 2010, as matérias enquadradas como episódicas, tratavam principalmente de eventos da campanha e de episódios isolados.
É importante salientar que no enquadramento episódico as matérias se ocupam basicamente de relatar os acontecimentos de maneira DESCRITIVA. Tornando-se desse modo, muito fácil de ser identificado, pois diz respeito a descrições de episódios desprovidos de história, de contexto.
Na matéria abaixo, publicada na edição de 02 de setembro de 2010, é possível distinguir o enquadramento episódico.

Luiz Almir: “Em política, só se diz ganhou após urnas abertas
Na matéria acima, a primeira impressão que temos é que se trata de um enquadramento interpretativo, pois traz ao texto a voz de um ator social externo, Luiz Almir. No entanto, o texto se ocupa apenas em descrever acontecimentos: o resultado das pesquisas do IBOPE, a opinião do deputado estadual, sua posição de apoio à candidata Rosalba Ciarlini depois de ter apoiado Iberê publicamente. Por fim, a matéria descreve as ações do candidato para cuidar de sua própria reeleição. Como característica principal do enquadramento episódico, a matéria se desenrola com base na descrição.


Tipos de enquadramento:

Para a realização da nossa pesquisa sobre o enquadramento, fundamentamos nossas análises em alguns conceitos:

No tocante à análise do enquadramento realizada, Semetko e Vakenburg (2000 apud SOARES, 2009. p. 59), entendem que existem duas abordagens: indutivas e dedutivas. A primeira se propõe a analisar as notícias sem uma delimitação prévia dos enquadramentos, resultando em uma gama de diferentes tipos que podem ser detectados. Já a abordagem dedutiva, utilizada neste trabalho, se baseia em uma determinação prévia dos enquadramentos que serão buscados, identificando sua ocorrência na amostra de matérias jornalísticas analisadas. Nesta trabalho, portanto, serão evidenciados quatro tipos principais de enquadramento: episódicos, interpretativos, de corrida de cavalos e temáticos.
Nesse sentido, as análises se baseiam nas definições desses tipos de enquadramentos propostas por Porto. Este ressalta que primeiramente é necessário distinguir dois tipos principais: os enquadramentos interpretativos e os noticiosos. O primeiro, representa, segundo Porto (2002), interpretações particulares de temas e eventos políticos, de forma a apresentar certa independência por parte dos jornalistas que relatam esses fatos, em relação ao discurso dos atores políticos e sociais. Mesmo essa independência sendo por vezes apenas superficial, visto que a escolha do ator social e o discurso que esse faz dão espaço para o próprio jornalista se pronunciar. Já os noticiosos são “padrões de apresentação, seleção e ênfase utilizados por jornalistas para organizar seus relatos” (PORTO, 2002, p. 13), ou seja, o ângulo que é dado à notícia. Dentro da esfera dos enquadramentos noticiosos determinamos uma grade prévia na qual se encontram três tipos: os episódicos, corrida de cavalo e temáticos.
O enquadramento episódico limita-se a relatar acontecimentos de uma forma descritiva que enfatiza um aspecto micro, deixando de lado o contexto mais amplo e complexo. Neste trabalho adotamos o termo episódico para nos referirmos às notícias nas quais o jornalista se limita, basicamente, a produzir notícias que enfocam eventos desprovidos de um contexto, relatam fatos e, principalmente declarações de atores sociais, quando estas forem fundamentadas em crenças, posições e opiniões pessoais.
            O temático, por sua vez, expõe os padrões interpretativos e subjetivos da campanha, salientando as posições e propostas dos candidatos. Esse tipo de enquadramento se caracteriza por apresentar um contexto analítico mais amplo, que vai além dos fatos, e por enfatizar o conteúdo político dos programas de governo dos candidatos, em uma tentativa de moldar a opinião pública.
            Para Porto (2002), “enquadramentos interpretativos são padrões de interpretação que promovem uma avaliação particular de temas e/ou eventos políticos, incluindo definições de problemas, avaliações sobre causas e responsabilidades [...]”. Essa forma de enquadramento refere-se a discursos culturais e ideológicos de atores sociais e políticos, desvinculados da prática jornalística, ou seja, são interpretações inseridas em um contexto mais abrangente, produzidas por representantes do governo, partidos políticos, sindicatos e outros sujeitos sociais, mas capazes de ser incorporadas pela mídia. Essa interpretação deve, pois, estar fundamentada e, além disso, explicar os porquês do acontecimento e as causas, bem como as possíveis recomendações de tratamento, isto é, deve ir além de uma crença pessoal não justificada para ser classificada como enquadramento interpretativo.
            Por último tem-se o enquadramento Corrida de cavalo (horse race frame), conhecido também como “enquadramento estratégico” ou “game frame” (Porto, 2001, p.2), que está ligado, no período eleitoral, à evolução da campanha dos candidatos a partir do estabelecimento de uma disputa entre eles, uma espécie de páreo conforme o desempenho de cada um. Para Porto (2001, p.2), “a ênfase está em quem está avançando ou quem está ficando para trás e, portanto, nos resultados das pesquisas e nas estratégias de campanha dos candidatos.” 
Exemplos:





Para saber mais do assunto:

Uma das principais fontes utilizadas nesse trabalho sobre enquadramento, foi Mauro P. Porto. O autor, tanto nos serviu de base no assunto, como de guia para outras pesquisas que falam sobre o tema.
Para quem deseja saber um pouco mais sobre o assunto, recomendamos os textos:

- Enquadramentos da Mídia e Política
- A mídia brasileira e a eleição presidencial de 2000 nos EUA: A cobertura do Jornal Folha de São Paulo.

Mas afinal, o que é esse tal de enquadramento?

O primeiro conceito de enquadramento foi dado pelo sociólogo norte-americano Erving Goffman. Nessa reflexão inaugural, de acordo com Porto (2002), tem-se a primeira articulação teórica mais sistemática, aplicada à análise das interações sociais. A partir de então, a teoria de Goffman vem sendo incorporada aos estudos da mídia no tocante a análise das coberturas jornalísticas de diferentes meios, sejam eles impressos, sejam eletrônicos. De acordo com Carvalho (2009, p 13),
os enquadramentos são essenciais à compreensão dos modos como o jornalismo, em constante interação e, portanto, negociação com outros atores sociais, promove enquadramentos dos acontecimentos que cotidianamente transforma em narrativas noticiosas.

            Nesse sentido, pesquisadores brasileiros que se voltam ao estudo do jornalismo político vêm utilizando nos últimos anos a análise de enquadramento já bastante recorrente em pesquisas norte-americanas – para compreensão das formas como os jornalistas vêm enquadrando fatos, ou seja, recortando o real e transformando em narrativas noticiosas determinadas realidades e/ou situações em detrimento de outras. De acordo com Gitlin apud Porto (2002, p. 5),

os enquadramentos de mídia [...] organizam o mundo tanto para os jornalistas que escrevem relatos sobre ele, como também, em um grau importante para nós que recorremos às suas notícias. Enquadramentos da mídia são padrões persistentes de cognição, interpretação e apresentação, de seleção, ênfase e exclusão, através dos quais os manipuladores de símbolos organizam o discurso, seja verbal ou visual, de forma rotineira.

            Desse modo, o enquadramento refere-se à maneira como sujeitos sociais, nos quais se incluem os jornalistas, organizam seus discursos e como eles são compreendidos pela audiência. Para Entman apud Porto (2002), o enquadramento envolve fundamentalmente os critérios de seleção e saliência. “Enquadrar significa selecionar alguns aspectos de uma realidade percebida e fazê-los mais salientes em um texto comunicativo, de forma a promover uma definição particular do problema, uma interpretação casual, uma avaliação moral [por exemplo]”.
[Trechos retirados do artigo “Cobertura d’O Jornal de Hoje na campanha para governador do Rio Grande do Norte em 2010: Valências e enquadramentos”

Um pouco de “como iremos fazer...”

Para não tornar cansativo, optamos por tratar esse blog como uma espécie de diário, no qual registraremos alguns apontamentos, análises, dicas e a conclusão do nosso trabalho sobre valências e enquadramento na análise da cobertura jornalística feito pelo Jornal de Hoje na campanha para Governador do Rio Grande do Norte em 2010.
Para não tornar massante a leitura do nosso artigo, o disponibilizaremos primeiramente em partes, para que possamos entender o que é enquadramento antes de passarmos para as análises.

APRESENTAÇÃO

Não é de hoje, e provavelmente vai continuar sendo infinitamente, que o jornalismo desperta um grande fascínio, tanto nas pessoas que o fazem como nas pessoas que o apreciam. Parafraseando Clóvis Rossi, o jornalismo lida com uma arma por muitos subestimada: a palavra. E a palavra, como muitos já disseram, tem mais poder do que uma simples junção de letras, de códigos. Palavra é semântica, é significado. Significado esse que é atribuído direta ou indiretamente pela pessoa que a pronuncia, que a escreve.
No jornalismo, não é diferente. Feito por humanos munidos de opinião, de contexto social, de formação cultural, e de diversos outros fatores, esse batalha está muito longe de ser neutra. Informar com neutralidade se mostra uma tarefa árdua, da qual nem sempre temos o controle.
Cientes desse poder da palavra e da importância da mídia na sociedade, somos instigados por uma preocupação em avaliar uma possível tendência por parte dos jornais em detrimento de algo ou alguém.
No trecho abaixo, retirado do artigo “Cobertura d’O Jornal de Hoje na campanha para governador do Rio Grande do Norte em 2010: Valências e enquadramentos”, por nós escrito, deixamos claro a finalidade desse blog:



 “A mídia, aponta Miguel (2002), é o principal meio de difusão de idéias e projetos políticos, “o local em que estão expostas as diversas representações do mundo social, associadas aos diversos grupos e interesses presentes na sociedade.” (p. 163). Por esse motivo, no período eleitoral torna-se evidente a preocupação em torno de uma possível tendência ao favorecimento e promoção de determinados políticos ou partido. Essa preocupação se torna pertinente, sobretudo, porque entre o fato e a notícia há sempre a mediação de um jornalista, condicionado por sua formação cultural além da linha editorial do veículo de comunicação. Desse modo, é praticamente impossível informar com neutralidade”

Falar sobre a impossibilidade de informar com neutralidade e não falar sobre política parece redundante, afinal, sabemos que aqui no Brasil e em muitos outros lugares, os políticos parecem estar em todos os lugares, inclusive no comando de meios de comunicação.

Para analisar essa possível imparcialidade, estudiosos do jornalismo criaram diversas formas: análise semântica, colocação do texto no jornal, espaço dado a notícia e diversos outros meios, são apenas alguns dos exemplos.  Para o trabalho que desenvolveremos nesse blog, utilizaremos um “tal de enquadramento”, do qual falaremos no próximo post.